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Agro mineiro bate recorde em exportações

BALANÇO ANUAL
ESCRITO POR FERNANDA TEIXEIRA E NATHÁLIA FERREIRA DE BELO HORIZONTE
16/12/2025 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG
Setor alcança R$ 171,8 bilhões em VBP e US$ 18,1 bilhões em vendas externas

O agronegócio de Minas Gerais consolidou, em 2025, mais um ano de forte desempenho. Esse foi um dos resultados apresentados no balanço divulgado nesta terça-feira, dia 16 de dezembro, na sede do Sistema Faemg Senar. Com crescimento expressivo do Valor Bruto da Produção (VBP) e recorde histórico nas exportações, Minas Gerais reafirma seu protagonismo no cenário nacional e internacional.

“Minas Gerais alcança mais um recorde histórico com exportações que ultrapassam US$18,1 bilhões e crescimento expressivo do Valor Bruto da Produção, consolidando Minas como um dos maiores polos agropecuários do Brasil. O agro já responde por quase 44% de tudo o que Minas exporta, impulsionado principalmente pelo café, que vive um momento de forte valorização, além do avanço consistente em grãos, carnes e florestas plantadas. Esses resultados refletem ganhos de produtividade, tecnologia, gestão e abertura de mercados, confirmando a força e a competitividade do ago mineiro no cenário nacional e internacional” afirma o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.

O VBP da agropecuária mineira avançou 15,2% em relação a 2024, e o desempenho foi impulsionado principalmente pelos produtos agrícolas, que registraram crescimento de 17,1%, enquanto a pecuária apresentou alta de 11,9%, confirmando a força das principais cadeias produtivas do estado.

No comércio exterior, foram embarcadas 15,23 milhões de toneladas de produtos agropecuários mineiros, destinadas a 177 países. Houve expansão consistente das vendas para a União Europeia, Ásia, América do Sul e Oriente Médio. A receita cresceu quase 13%, mesmo diante de uma redução de 6,6% no volume exportado, evidenciando a valorização dos preços das commodities no mercado internacional.

O montante já supera o total exportado em todo o ano de 2024 e configura recorde para o período. As vendas externas do agronegócio responderam por 43,7% das exportações totais de Minas Gerais entre janeiro e novembro, mantendo o estado como o terceiro maior exportador do país, com participação de 11,7% no total nacional.

Café lidera exportações

O complexo café permaneceu como o principal motor das exportações do agronegócio mineiro, respondendo por 56,1% do total. Foram US$ 10,15 bilhões em receita e 24,8 milhões de sacas exportadas, o equivalente a cerca de 70% de todo o café brasileiro destinado ao mercado externo.

Mesmo com produção menor — estimada em 25,8 milhões de sacas, queda de 8,3% em relação à safra anterior —, a forte valorização dos preços garantiu crescimento de aproximadamente 45% na receita, consolidando Minas Gerais como referência global em qualidade, regularidade de oferta e rastreabilidade.

Além do café, outros setores também se destacaram. O complexo soja respondeu por 15,6% das exportações do agronegócio, com destaque para a soja em grãos, que somou US$ 2,82 bilhões e cerca de 7 milhões de toneladas, principalmente destinadas à China. O complexo sucroalcooleiro representou 10,3% do total, com o açúcar alcançando US$ 1,86 bilhão e mais de 4,3 milhões de toneladas, impulsionado pelo câmbio favorável e pela demanda de países do Oriente Médio e do Norte da África. Já o complexo carnes respondeu por 9,2% das vendas externas.

O café também se tornou uma alternativa de renda para produtores que enfrentam dificuldades com a crise no leite. Antônio de Salvo destacou o projeto piloto iniciado neste ano: “Leite com Café”, em Governador Valadares. “A pecuária leiteira vive um dos momentos mais difíceis dos últimos anos, com margens apertadas, juros altos e concorrência desleal das importações, o que coloca milhares de produtores em situação de extrema vulnerabilidade. Considerando esse cenário, o projeto Leite com Café surge como uma alternativa real de diversificação de renda, permitindo que o produtor consiga equilibrar o fluxo de caixa, reduzir riscos e ganhar mais para conseguir permanecer no campo” afirma.

Crédito rural

Os resultados foram alcançados em um cenário que exige atenção. O crédito rural no país apresentou retração, influenciada pela elevação das taxas de juros, maior participação de recursos privados, aumento da inadimplência — em torno de 11%, segundo o Banco Central —, eventos climáticos extremos e exigências socioambientais mais rigorosas.

Em Minas Gerais, as contratações de crédito rural somaram R$ 20,41 bilhões entre julho e outubro de 2025, uma queda de 16% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do aumento de 4% no número de contratos, houve redução do tíquete médio, indicando maior pulverização dos recursos e uma postura mais cautelosa por parte dos produtores.

 

Perspectivas

Mesmo diante de um ano desafiador, marcado pelos impactos do chamado “tarifaço”, pela crise na pecuária leiteira e pelas adversidades climáticas, o setor avalia de forma positiva o ambiente de diálogo em Minas Gerais e reforça a importância de políticas públicas que assegurem condições adequadas de crédito, previsibilidade e instrumentos de proteção ao produtor rural, fundamentais para sustentar o crescimento da agropecuária no estado.

Finalizando o balanço de 2025, o presidente do Sistema Faemg Senar pondera: “embora o cenário esteja muito positivo com recordes de exportação, e a consolidação do estado como um dos maiores produtores do Brasil, não podemos esquecer que no caminho ainda existem muitos desafios. O clima segue sendo um fator imprevisível, e sem políticas públicas estáveis, os produtores de leite, por exemplo, seguem em uma luta diária. O crédito rural, as taxas de juros elevadas e a concorrência externa ainda são um obstáculo que demandam atenção.”

Ao final da apresentação, de Salvo reafirma o protagonismo do estado e ainda pondera as ações necessárias para um futuro ainda melhor: “Precisamos olhar para o futuro com cautela, reforçando a necessidade de políticas agrícolas mais eficientes e a capacitação dos nossos produtores, para que possamos de fato, garantir a sustentabilidade do agro mineiro a longo prazo. Minas deixou de ser das minas e das gerais para se afirmar definitivamente como Minas mais agro” finaliza.

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